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As palavras que o vento não levou

a felicidade .

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 «O que distingue os felizes dos outros é a força da sua condenação, todos estamos condenados a morrer, mas poucos a viver, há que saber articular o que tem de ser no interior do que temos, encontrar espaço, adaptar o que tem de ser ao que não podia ser, conseguir passar ileso é uma utopia, temos de saber que vai doer e ir na mesma, ir ainda mais, os momentos de felicidade são só aqueles em que acontece o que não podia acontecer, mas tem de ser.»

 

Li este excerto, há cerca de um mês, num livro do Pedro Chagas Freitas. Confesso que me marcou. Pela sua veracidade, mas também crueldade. Porque dói. E o que dói, é cruel. Dizem. Dói fugir da rotina, daquilo que queremos que seja, para aquilo que tem de ser. Quantas vezes a felicidade não é o que pensamos ser. Não está ao virar da esquina, está a infinitos quilómetros de distância. Mas não há nada que supere o seu sabor. É bom chegar até ela. Ao destino. As feridas que saram, mas deixam cicatriz... são parte do orgulho de um percurso. São marcas de que valeu a pena. Importa chegar, mais do que tudo. Importa sentir a felicidade. Tem de ser, naquilo que acontece. Chegamos longe, por mais curto que o caminho pareça. Magoados ou ilesos, fingimo-nos fortes. Na verdade, somos. Mas "shiu", há coisas que ficam só para nós. Há uma felicidade apenas nossa, e há outra - a que partilhamos com quem nos quer bem.

Sabem que mais?! Viva a Felicidade!

 

por sermos assim .

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Enquanto te espero, desespero.

Nas linhas, ténues, que nos unem. Essas mesmo que nos separam.

Nas águas em que mergulhamos. Essas mesmo em que nos afundamos.

Nas travessias em que nos encontramos. Essas mesmo em que nos perdemos.

Nos ventos que nos acariciaram. Esses mesmo que nos arrepiaram.

Nos voos que sonhamos. Esses mesmo em que tropeçamos.

No tempo que vivemos. Esse mesmo que nos derrubou.

De tudo o que fomos. Ao que nada somos.

 

Enquanto me esperas, desesperas.

Pela vida fora.

Pelos cabelos quebradiços.

Pela preguicite aguda.

Pela vontade de ter, sobreposta à de ser.

Pela intensidade que se desfaz no colmatar de cada passo.

Nos obstáculos que nos derrubam.

Por de tão fortes, sermos. Fracos, parecermos.

Por sermos assim.

 

Nada mais do que esperas, desesperantes.

Talvez seja isso que nos difere do mundo lá fora.

Enquanto esperamos, no nosso canto, desesperamos pelo que é só nosso. 

Por diversificarmos o inexistente.

até ao limite .

 

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Vem. Com calma. Pacificidade. Tranquilidade.

Chega. Esperar-te-ei no cais.

Com essa alquimia a percorrer-te nas veias.

Com a utopia dos dias em que estiveste longe.

Com a saudade imensa da tua ausência.

Com o ópio (de ti) petrificado na minha alma.

Com o abraço sincero a revelar-se no olhar.

Com a vontade de dar a mão, para nunca mais se desvanecer.

Com o sorriso transpirado ao perderes-te no meu ventre.

Com os quilómetros intermináveis, até sermos um, apenas.

Com a efemeridade a dominarnos.

Sem perdermos tempos.

Amanhã, é um novo dia.

 

                                                                                                                 Hoje, é até ao limite.

 

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